terça-feira, 15 de junho de 2010

Conclusão

Alguns poetas escreveram poemas defendendo uma Espanha Republicana, sendo que a maioria era contra o regime da Espanha, que era a ditadura. Poetas de todo mundo retratou a Guerra Civil Espanhola, assim como poetas brasileiros.

Alguns acontecimentos marcaram muito essa época: Um dos artistas mais importantes da Espanha foi fuzilado por ser acusado de ser comunista.Um dos artistas manteve uma devoção continuada á Espanha e mesmo mais tarde, um dos mais importantes núcleos de sua produção em versos que faz na década de 1950.
Entre outros.

Vários poetas, de várias partes do mundo, retrataram em suas obras a sua indignação com o que aconteceu na Espanha, pois queriam o fim da ditadura. Não só poetas, como também o povo de outros países foram para a Espanha para lutar a favor do povo espanhol. O que não adiantou muito, pois o quem ganhou foi os que eram a favor da ditadura, que ficou ainda pior e assassina.

Nomes dos integrantes:
Aline Costa n°04
Bruna Miranda nº08
Mayara Maisa nº23
Renata Barbosa nº26
serie: 3ºB
Professor Jorge - História

José Gomes Ferreira


Nesse poema, é expressada a indignação pelo o que acontecia na Espanha. A indignação por tantas mortes que ocorreram.


De Eléctrico - XXII

(Fuzilaram um homem num país distante)

Hoje proíbo as rosas de nascerem diante de mim!
Proíbo as deusas de dançarem nos olhos das crianças!
Proíbo os corpos das mulheres de terem outro destino que a morte!

Sim, proíbo!
E (baixinho, em sonho) aos gritos no mundo
ordeno aos homens
que venham para a rua descalços
para sentirem nos pés nus
o silêncio da terra
- e o terror de viverem num planeta
onde os fuzilados não ressuscitam,
nem os malmequeres protestam com flores de luto
contra este sol que continua a fabricar primaveras mecânicas
e este cheiro tão bom a mulheres novas nas árvores com cio!

Joaquim Pessoa




O poema "Carta de Espanha" de Joaquim Pessoa descreve como a Espanha estava na época da guerra, com várias pessoas mortas.

"Carta de Espanha"

Em Espanha morrem os homens
corações da fúria acesa
nas arenas que consomem
esta Espanha de tristeza

Em Espanha morrem os homens
de cabeça levantada

Ai quanto tempo apodrece
em cada veia rasgada
quanto morto que arrefece
em cada porta cerrada
quanta cela que escurece
esta luta ensanguentada

Ai sangue cobrindo a terra
dos Pirinéus à Galiza
ai homens na flor da guerra
ai pão que o povo precisa
ai fúria trazendo dentro
vontade de um povo forte
ai mesetas da verdade
desta luta até à morte.
Ai quanta farpa cravada
sobre a pátria de Quixote.
Quanta vida destroçada
pela força do garrote.

E o sangue virá bater-se
ao lado de quem resiste.
Por quem recusa vender-se
virá de espingarda em riste.

O sangue virá bater-se
por estes homens sofrendo
por estes homens cansados
por estas bocas doendo
por estes punhos cerrados
por estas noites perdidas
por estas mãos amarradas
pelas razões extorquidas
pelas razões esmagadas
por todas todas as vidas
que já foram garrotadas
por todos aqueles mortos
que não souberam de nada
o sangue virá bater-se
uma manhã em Madrid
ou uma noite em Granada.

Em Espanha morrem os homens
de cabeça levantada.

Carlos Drummond de Andrade




Carlos Drummond de Andrade, também escreveu e de maneira envolvente, pedindo "Noticias de Espanha". Drummond construiu o monólogo no qual pergunta e responde a si mesmo:

"Aos navios que regressam marcados de negra viagem,
Aos homens que neles voltam com cicatrizes no corpo ou de corpo mutilado,
Peço notícias de Espanha...
Ninguém as dá.
O silêncio sobe mil braças e fecha-se entre as substâncias mais duras.
Hirto silêncio de muro, de pano abafando a boca, de pedra esmagando ramos,
E seco e sujo silêncio em que se escuta vazar
Como no fundo da mina um caldo grosso e vermelho...
Cansado de vã pergunta, farto de contemplação,
Quisera fazer do poema não uma flor:
Uma bomba e com essa bomba romper o muro que envolve Espanha."

Manuel Bandeira




Um dos poetas que se destacou na Guerra Civil Espanhola foi Manuel Bandeira. Sua poesia havia referências fundamentais em favor da Espanha republicana. Manuel Bandeira inicia o verso e em meu coração mencionando Neruda e termina com Lorca.

"No vosso e em meu coração"

Espanha no coração
No coração de Neruda,
No vosso e em meu coração.
Espanha da liberdade,
Não a Espanha da opressão.
Espanha republicana:
A Espanha de Franco, não!
Velha Espanha de Pelaio,
Do Cid, do Grã-Capitão!
Espanha de honra e verdade,
Não a Espanha da traição!
Espanha de Dom Rodrigo,
Não a do Conde Julião!
Espanha republicana:
A Espanha de Franco, não!

Espanha dos grandes místicos,
Dos santos poetas, de João
Da Cruz, de Teresa de Ávila
E de Frei Luís de Leão!
Espanha da livre crença,
Jamais a da Inquisição!
Espanha de Lope e Góngora,
De Góia e Cervantes, não
A de Felipe II
Nem Fernando, o balandrão!
Espanha que se batia
Contra o corso Napoleão!

Espanha da liberdade:
A Espanha de Franco, não!
Espanha republicana,
Noiva da Revolução!
Espanha atual de Picasso,
De Casals, de Lorca, irmão
assassinado em Granada!
Espanha no coração
De Pablo Neruda, Espanha
No vosso e em meu coração!